Marina Colasanti tem 82 anos de idade e mais de 60 livros publicados em diversos gêneros literários. Poderia estar em casa, deitada sobre a glória que a literatura lhe concedeu de ser uma autora consagrada. Mas prefere falar de sonhos e trabalho para jovens de escolas públicas.
Foi isso que Marina fez na Jornada Literária do DF, em Ceilândia, no Teatro Sesc Newton Rossi. Participando pela primeira vez do evento - realizado com termo de fomento firmado com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal -, ela esteve frente a frente com uma plateia que foi para a conversa após ter lido Quando a primavera chegar, obra da autora lançada em 2017 pela Editora Global. A leitura prévia pelos alunos de um dos livros do escritor convidado para o bate-papo é uma das estratégias da Jornada Literária para alcançar seu objetivo: formar novos leitores.
E falando para esses novos leitores, Marina Colasanti falou também para possíveis novos escritores. Ela incentivou quem tem “o impulso inicial de escrever a continuar com um projeto de livro, até que se conclua”. Para ela, o livro possui várias funções, entre as quais a de divertir, mas deixou claro que eles são fundamentais também para o conhecimento religioso, psicológico, ou de qualquer área técnica ou científica.
A autora advertiu que para escrever, uma coisa é fundamental: ler e ler e ler. “Não há outro caminho”, enfatizou Marina. “Das experiências de leitura – associadas com os sentimentos e vivências – sim, é que nascem os livros”, explicou.
E dá para viver de escrever? Os alunos quiseram saber. Sim, ela respondeu, pois como jornalista que também é há mais de 50 anos, ela escreve crônicas e faz traduções, escrevendo todos os dias. “Não há milagres. Só muito trabalho”, deixou claro para os alunos.
Falou de sonhos e de projetos como duas coisas diferentes. “Projetos são realizáveis. Sonhos são para ser sonhados”, frisou, exortando os jovens a partirem para a concretização de seus objetivos.
Comments