Cordel: Patrimônio vivo, voz coletiva
- Jornada Literária
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Projeto realizado pela ACJL promove criação, formação e difusão da literatura de cordel
A Jornada do Cordel – Patrimônio Cultural do Brasil é um projeto que
A literatura de cordel será celebrada, ensinada, recriada e espalhada por meio de uma série de atividades desenvolvidas por meio das ações desenvolvidas pela Jornada do Cordel – Patrimônio Cultural do Brasil. A iniciativa, realizada pela Associação Cultural Jornada Literária do DF, em parceria com o Iphan, articula ações educativas, artísticas e formativas para valorizar, promover e proteger uma das mais potentes expressões da cultura popular brasileira.
Reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2018, o cordel é muito mais que poesia rimada em folhetos: é ofício, linguagem, memória coletiva e resistência cultural. A Jornada do Cordel reafirma esse papel ao integrar escolas públicas, espaços culturais e comunidades em um movimento contínuo de transmissão de saberes e de reinvenção do fazer cultural.
Cordel como prática viva e inclusiva
No centro da Jornada do Cordel, está o Concurso Leandro Gomes de Barros de Literatura de Cordel, aberto para pessoas de todo o Brasil.
Serão selecionados cinco cordéis inéditos para publicação e distribuição gratuita em escolas, estimulando a criação autoral em sintonia com os fundamentos da tradição.
Mais que reconhecer talentos, o concurso promove inclusão e diversidade, ao conceder pontuação extra a autores(as) de grupos sociais historicamente minorizados, como mulheres, pessoas com deficiência, negras, indígenas e LGBTQIA+.
O cordelista, João Bosco Bezerra Bonfim, coordenador do projeto, afirma que a Jornada representa um chamado coletivo:
“Convidamos cordelistas de todo o país a somar forças, divulgar e fortalecer o cordel como arte viva e ferramenta de transformação cultural. Cada folheto é uma forma de resistência poética.”
Saberes transmitidos, saberes vividos
O projeto se desenvolve por meio de uma série de ações integradas que dialogam com o campo da educação, da cultura e da política pública. Ao longo dos próximos, a Jornada do Cordel percorrerá escolas públicas e centros culturais do Distrito Federal, oferecendo a oficina “Cordel em Sala de Aula”, voltada para professores e estudantes, com o objetivo de inserir o cordel no cotidiano pedagógico como ferramenta de leitura, escrita e identidade cultural.
Além das oficinas, o projeto promoverá sessões públicas de declamação, que aproximam a comunidade da oralidade poética tradicional, além da publicação e distribuição de cartilhas pedagógicas, que sistematizam conteúdos e metodologias sobre o uso do cordel na escola.
O Seminário Nacional, por sua vez, reunirá pesquisadores, educadores, artistas e gestores públicos para refletir sobre as políticas de preservação e de valorização do cordel como patrimônio imaterial.
Essas atividades se articulam para cobrir todas as dimensões fundamentais da preservação cultural:
Transmissão de saberes, com atuação de educadores e poetas populares;
Promoção e valorização, por meio da presença em escolas, mídias e espaços culturais;
Produção e circulação, com a criação e publicação de novos folhetos de cordel;
Reflexão crítica, com debates sobre políticas públicas e experiências de salvaguarda;
Participação comunitária, protagonizada pelos próprios detentores e praticantes da cultura.
Cultura distribuída, cultura multiplicada
Serão distribuídos gratuitamente nas escolas do DF dois mil e 500 cordéis inéditos e mil cartilhas didáticas, fortalecendo o acesso à literatura popular e reconhecendo o cordel como ferramenta de formação estética, política e pedagógica.
O projeto conta com o apoio institucional da ACRESPO (Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno), além da participação de nomes fundamentais da cultura popular e da pesquisa acadêmica, como João Santana Mauger, Sylvia Nemer, Marco Haurélio, Stélio Torquato, Paulo de Tarso e Rouxinol do Rinaré. Suas trajetórias representam a pluralidade de vozes que mantêm vivo o cordel como arte coletiva e popular.
Cordel e patrimônio: o que preservamos quando valorizamos a palavra?
A Jornada do Cordel é, portanto, mais do que um projeto cultural: é uma convocação à memória, à escuta e ao pertencimento. Um compromisso com o futuro do passado que vive em cada verso rimado, xilogravura entalhada e voz que se levanta para declamar.
“Preservar o cordel é preservar uma linguagem própria, nascida da oralidade e da invenção popular. É manter viva a escuta dos causos, das lutas, dos amores e dos saberes que atravessam gerações. É reconhecer que o patrimônio imaterial está nos gestos que se repetem com afeto, nas palavras que rimam a vida comum e na força de quem insiste em cantar sua própria história”, celebra João Bosco Bezerra Bonfim.
Saiba mais e participe
Acesse jornada.com.br/jornada-cordel para acompanhar as atividades da Jornada do Cordel.
O edital do concurso estará disponível a partir de 25/06/2025.
Informações: (61) 98192-0333
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