Formar leitores a partir do contato dos alunos com autores – escritores e ilustradores – é o principal objetivo da Jornada Literária do Distrito Federal.
Mas nessa formação há a participação de um agente fundamental: o mediador de leitura.
“Um mediador de Leitura é alguém que, com técnica e método, age como um construtor de pontes imateriais que ajudam a ligar as pessoas às suas potencialidades, por meio dos livros”, define Ricardo Ventura, articulador pedagógico da Biblioteca Escolar Comunitária Espaço Rui Barbosa, em Sobradinho, cidade que receberá a próxima Jornada Literária do DF.
Antecipando o evento, a produção da Jornada está promovendo oficinas de formação de mediadores de leitura.
Ao todo serão sete oficinas até o dia 19 de junho para professores do ensino infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos.
É bom lembrar que outras pessoas dentro da escola, como bibliotecários, também poder ser mediadores.
“O novo leitor – não importa de que idade – precisa de um guia. Mostramos, nas oficinas, como trazer as frases do papel ou das mídias digitais para a voz humana. A maneira como a entonação faz diferença. Sabemos que ponto de interrogação, escrito, é uma pergunta. Mas uma pergunta falada tem emoção. Uma afirmação bem dita é mais do que um ponto final”, explica João Bosco Bezerra Bomfim, curador da Jornada Literária e responsável por ministrar as oficinas.
“A oficina traz elementos teóricos permeados com dicas técnicas e ações práticas que podem ser utilizados para influenciar de forma positiva o interesse dos estudantes pelos livros. Ela pode, com as técnicas apresentadas, ajudar a abrir as primeiras portas para formação do futuro mediador de leitura. Mas para que isso realmente aconteça é necessário que a oficina seja vista pelo interessado como ponto de partida e não de chegada”, acrescenta Ricardo Ventura.
Para João Bosco, o mediador de leitura promove um encontro mais amigável entre o livro e o leitor.
“Muitas vezes uma criança, um jovem, ou até mesmo um adulto diz não gostar de ler porque não compreende o que está lendo; seja porque o texto apresenta um vocabulário que não é familiar; seja por falta de ritmo de leitura. É nessa hora que a mediadora ou o mediador de leitura se torna necessário” ilustra o curador da JL.
Esse mediador, na visão de Bosco, é um pesquisador, e não um repetidor de histórias.
“Ele busca uma obra literária, em casa ou na sala de leitura da escola; faz uma leitura prévia; encontra uma chave de leitura, faz certas perguntas que sugerimos na oficina, descobre o tom da leitura, a mansidão na voz; ou a hora em que um personagem fala mais alto; descobre como explorar as imagens e as histórias que estão ali, numa paisagem, numa cor, num gesto”, explica João Bosco.
Indiretamente, ou até mesmo de maneira direta, um mediador influirá bastante no rendimento de um aluno.
“Ler literatura nos ajuda a desenvolver a criatividade e a aguçar a nossa curiosidade. Quando lemos ampliamos nossa visão de mundo. Ler é conhecer, conhecer é estar apto a intervir, a transformar”, sintetiza Ventura.
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